segunda-feira, 2 de novembro de 2009

JOVENS EVANGELISTICOS :D

INTRO:




Como podemos alcançar este mundo perdido? Paulo nos avisa que, devido a toda a sua vaidade, este mundo considera o que temos pra dizer como loucura. Mesmo assim, ele nos convoca para pregar essa “loucura” no meio deste mundo. Devemos nos colocar no mundo do século 21, com toda a sua pressão, com todo o peso da sua oposição contra a fé cristã, e proclamar o Evangelho. Existe verdade para o universo. O homem desviou-se deliberadamente, mas ele ainda é racional, moral e tem uma consciência. O que precisamos fazer é dar-lhe a mesma mensagem que Paulo está dando nos primeiros oito capítulos de Romanos. E, por mais que nossa mensagem possa parecer loucura para este mundo que acredita que não há sentido na vida, nem por isso Deus deixará de aproveitar a oportunidade para falar a alguns deles.



Proclamar o Evangelho à humanidade rebelde algumas vezes pode, é claro, parecer loucura. Podemos até ser derrotados diante da dificuldade e imensidão desta tarefa. Ainda assim, graças a Deus, ele encarregou-nos de apenas três tarefas, e com isso cumprimos a nossa responsabilidade. A primeira é pregar o Evangelho da forma mais clara possível, respondendo a todas as questões da maneira mais clara que pudermos, apresentando a verdade sobre o universo, o homem e nosso dilema. A segunda é orar por cada indivíduo que vier a nos ouvir. E a terceira é, pela graça de Deus, pela fé na obra consumada de Cristo, viver uma vida que, de alguma forma modesta, represente a melhor referência possível do Evangelho que estamos pregando. Quando tivermos cumprido essas três coisas com paixão, em meio a este mundo que se afastou de Deus e vive na escuridão e vaidade total, alguns responderão.



Dentre esses três tópicos (pregar o Evangelho, orar e dar testemunho) gostaria de me ater, principalmente, ao primeiro ponto. Creio que temos falhado em apresentar a verdade do Evangelho de forma honesta aos não-cristãos.


ELEMENTOS:

Na pregação humana do Evangelho, três elementos importantes devem ser incluídos:

1. Explicação dos fatos concernentes à salvação.
Qualquer pessoa que vem a Cristo para receber salvação deve ter um entendimento básico de quem ele é e de como satisfaz nossas necessidades de salvação. Portanto uma explicação dos fatos concernentes à salvação deve incluir o seguinte:

1. Todas as pessoas pecaram (Rm 3.23).

2. A pena pelos nossos pecados é a morte (Rm 6.23).

3. Jesus Cristo morreu para pagar a pena pelos nossos pecados (Rm 5.8).

Entretanto, entender esses fatos e mesmo concordar que eles são verdadeiros não é suficiente para uma pessoa ser salva. Tem de haver também um convite para uma resposta pessoal da parte do indivíduo, que se arrependerá de seus pecados e confiará pessoalmente em Cristo.

2. Convite para receber Cristo pessoalmente com arrependimento e fé.
Quando o Novo Testamento fala sobre pessoas recebendo salvação, fala em termos de uma resposta pessoal a um convite da parte do próprio Cristo. Esse convite é expresso com grande beleza pelas palavras de Jesus:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve (Mt 11.28-30).



É importante deixar claro que essas não são apenas palavras pronunciadas há muito tempo por um líder religioso do passado. Todo não-cristão ao ouvir essas palavras deve sentir-se encorajado a pensar nelas como palavras que Jesus Cristo agora mesmo, bem neste momento, está falando a ele individualmente. Jesus Cristo é um Salvador que está agora vivo no céu, e todo não-cristão deve pensar em Jesus como falando diretamente a ele, dizendo “Vinde a mim [...] e encontrareis descanso” (Mt 11.28). Esse é o convite pessoal genuíno que espera uma resposta pessoal de cada um que o recebe.

3. Uma promessa de perdão e vida eterna.
Embora as palavras do convite pessoal pronunciadas por Cristo contenham promessas de descanso e poder para nos tornarmos filhos de Deus, além das promessas de compartilharmos da água da vida, é bom deixarmos claro o que Cristo promete aos que se achegam a ele com arrependimento e fé. A principal promessa na mensagem do Evangelho é o perdão dos pecados e a vida eterna com Deus. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). E também Pedro, ao pregar o Evangelho, diz: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (At 3.19; cf. 2.38).


A IMPORTANCIA DO CHAMADO:

A doutrina do chamado do Evangelho é importante, porque se não houvesse o chamado do Evangelho não seríamos salvos. “Como crerão naquele de quem nada ouviram?” (Rm 10.14).

O chamado do Evangelho é importante também porque através dela Deus dirige-se a nós levando em conta a plenitude de nossa humanidade. Ele não nos salva “automaticamente” sem buscar uma resposta da nossa parte como pessoas integrais, requerendo de nós a fé, a confiança nEle.



Contrário ao entendimento comum e secular de “fé”, a verdadeira fé (pistis: firme persuasão; ser persuadido) do Novo Testamento não é algo que se torna mais forte por meio da ignorância ou acreditando-se contra todas as evidências. Antes, a fé salvífica é coerente com o conhecimento e com o verdadeiro entendimento dos fatos. Paulo diz: “A fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo” (Rm 10.17 nvi). Quando as pessoas têm informações verdadeiras sobre Cristo, elas estão mais bem capacitadas a depositar sua confiança nele. Além disso, a maioria de nós conhece algo sobre o caráter de Deus que é completamente revelado em Cristo; a maioria de nós tem todos os motivos para depositar nossa confiança nele. Assim, a fé não é enfraquecida pelo conhecimento, mas deve aumentar com mais conhecimento verdadeiro.

DEFENDER:

Versículo chave:



1 Pedro 3:15: “... antes, santificai a Cristo, como Senhor em vosso coração; e estai sempre preparados (v. Mt 22:37) para responder (apologia) com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão (logos[1]) da esperança que há em vós”.



Note-se que a palavra traduzida por “responder” é apologia, que significa defesa. Para nós, cristãos, significa, especificamente, a defesa da fé cristã. Não é uma resposta sem pé nem cabeça, mas denota uma resposta bem elaborada, racional e bem fundamentada. Por isso é muito importante que estejamos sempre atentos e prontos para dar uma boa resposta a todo aquele que pedir a razão da nossa fé, ou seja, do Cristianismo. Isso demanda conhecimento da Palavra e das doutrinas cristãs, bem como uma boa noção do nosso contexto cultural.



Gostaria de oferecer quatro pontos que podem ajudar na pregação do Evangelho.



1. Pregar o Evangelho como ele é.
Devemos pregar o Cristianismo como ele é, ou seja, a fé pregada pelos apóstolos, atestada pelos mártires, incorporada nos credos e exposta pelos pais da igreja. Isso deve ser colocado claramente e deve ser separado daquilo que cada um de nós pensa sobre Deus ou sobre o homem. Cada um tem suas ênfases individuais e sustenta, em adição à fé cristã, várias opiniões, que parecem, a quem defende, importantes e verdadeiras. Talvez sejam. Mas, como apologistas (defensores do e expositores do Evangelho), não é nosso trabalho defendê-las ou pregá-las. Quando emitirmos nossa opinião pessoal, devemos deixar bem claro.



Essa distinção dá ao apologista uma grande vantagem. A maior dificuldade é fazer com que a audiência moderna perceba que você está apresentando pura e simplesmente o Cristianismo porque você tem razões para crer que ele é verdadeiro; as pessoas sempre pensam que estamos pregando o Cristianismo porque nós gostamos dele ou porque pensamos que ele é bom para a sociedade, ou algo do tipo. Por isso, uma clara distinção entre o que a fé cristã realmente diz e o que você gostaria de dizer, ou o que acha útil e provável, força as pessoas a perceberem que estamos vinculados aos nossos dados assim como o cientista está vinculado aos resultados de seus experimentos, ou seja, que você não está simplesmente dizendo o que você gosta. Isso ajuda as pessoas a perceberem que o que está sendo dito é uma questão de fatos objetivos, não meros ideais ou pontos de vista.



Tenha certeza de que você está enfatizando a verdade do Cristianismo, e não apenas que ele funciona ou transforma vidas. Conte seu testemunho e mostre como Cristo mudou sua vida e trouxe perdão, cura interior, etc. Mas certifique-se em dizer em algum momento que o Cristianismo é realmente verdadeiro. Afirmar isso é muito importante em uma cultura pluralista.



A outra vantagem em distinguir a sua opinião da verdadeira mensagem do Cristianismo é que isso faz com que o cristão encare aquelas doutrinas que ele sempre achou obscuras ou repulsivas. Ele é salvo da tentação de pular ou ignorar o que ele acha desagradável. E, claro, o homem que sucumbe a essa tentação nunca progredirá no conhecimento cristão. Pois, as doutrinas que você acha simples são aquelas que ratificam o que, de fato, você já sabia. A nova verdade que você não sabe, e a que mais precisa, está escondida justamente nas doutrinas que você menos gosta ou entende. Haverá progresso no nosso conhecimento cristão somente quando nós aceitarmos o desafio de entender as doutrinas que não gostamos. Aquele cristão que se considera autorizado a alterar a fé sempre que esta lhe ofereça dificuldade está sempre estagnado.



Daí surgem duas questões a respeito do estudo do cristão, baseadas em Col. 2: 1-8. Há duas questões que ele terão de ser feitas: a) estou a par dos recentes movimentos teológicos?; b) tenho permanecido firme apesar desses ventos de doutrina? A segunda pergunta é, sem dúvida, a mais importante. Tudo indica que nossa maior tentação será a de nos rendermos a esses ventos de doutrinas. Somos muito propícios a ser escravos da moda (hoje em dia, por exemplo, a moda é a Teologia da Prosperidade).



2. Espalhando as más-novas.
Hoje em dia praticamente não existe sensibilidade ao pecado. Nossa situação é bem diferente da dos Apóstolos. Os pagãos para quem eles pregavam eram perseguidos por um senso de culpa, e para eles o Evangelho era, realmente, as boas novas. Mas em nossa geração as pessoas são treinadas a pensar que, se algo está errado no mundo, a culpa deve ser de outras pessoas, do sistema, etc. A psicologia moderna também tenta, por todos os meios, extinguir a noção de culpa. Para atacar essa insensibilidade ao pecado, nós temos que mostrar às pessoas coisas que elas fazem, mas não vêem como pecado. Geralmente elas não são drogadas, nem bêbadas ou prostitutas. Elas são, em sua maioria fornicadoras, invejosas, mentirosas, rancorosas etc. Independente do método que formos usar, nossos esforços têm de ser voltados para afastar da mente das pessoas a idéia de que a corrupção acontece só nos escândalos políticos, em traição de fulano tal, prostituição etc, e mostrar o que há de errado nas coisas que elas deixam de ver como erradas, tais como inveja, rancor, desonestidade, mentiras, pensamentos impuros etc. Isto é, nosso dever é fazê-las olhar não para fora, mas para dentro de si, e enxergar toda a corrupção que existe dentro dela. Só assim conseguiremos desfazer essa imagem que as pessoas têm de si como pessoas boazinhas e decentes.



Certa vez, o Jornal de Londres solicitou a diversos escritores que mandassem artigos sobre o assunto “O que há de errado com o mundo?”. Chesterton, famoso jornalista e escritor cristão, respondeu mandando a carta mais curta e direta de todas:



“Prezados Senhores,

Eu.

Atenciosamente

G.K. Chesterton”



Enquanto as pessoas não reconhecerem que são más por natureza, não haverá lugar para o Evangelho. Lembremos o que o Senhor nos disse, em Mateus 9:12-13: “... Não vim para chamar os sãos, mas sim, os doentes (...) não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”. Paulo nos adverte, em Rm. 3.10 que não existe um justo sequer. Por isso, aqueles que se acham justos não podem receber o perdão de Deus. Devido ao pecado original, todo homem precisa ser justificado perante Deus, através de Cristo. E isso vem pela confiança em Deus. O maior pecado é o homem tentar viver em independência dEle!





3. A questão da comunicação.
A evangelização pode ser comparada a uma carta dirigida por certo homem a seus familiares que moram em país de outra fala. Temos o emissor, a mensagem, o canal e seus destinatários, porém com uma variável interpondo-se como complicador – a linguagem. Essa é a questão da revelação. De um lado o Deus infinito-pessoal como emissor e, de outro, o homem finito-pessoal como destinatário e, como principal canal entre eles, as escrituras contendo a revelação. Nossos canais de comunicação são a obra da Criação (Rm 1.20), a Palavra Inspirada (Jo 5.39) e, acima de todos, a pessoa de Jesus.



Devemos ter em mente que, devido ao pecado e à culpa os homens não mais entendem a linguagem de Deus. A Bíblia indica que o pecado faz separação entre o homem e Deus (Is 59:1-2), uma vez que o Todo-Poderoso não coabita com o mal (Is. 59:1; Habacuque 1.13; 1 Jo 1.5). Por isso Deus se revelou através das Escrituras. Essa possibilidade de comunicação e relacionamento se dá porque Deus não apenas tomou a iniciativa como também realizou a obra inteira de remover os impedimentos e abrir caminho para os homens retornarem à comunhão original. Esse plano de “re-ligação” dos homens com Deus é a própria essência do Evangelho.



Deus provê os meios para que a mensagem seja inteligível a todos os homens e culturas, de todos os tempos. No livro “O Fator Melquisedeque”, de Don Richardson, o autor defende a tese de que Deus plantou elementos de pré-evangelização em todas as culturas, que funcionam como chave e ponto de contato com a linguagem e tradição daquele povo. O papel da igreja neste processo é falar, de forma inteligível e descomplicada, a mensagem do Evangelho, ensinando tudo o que o Senhor tem ordenado, com a capacitação do Espírito Santo.



4. Conhecendo o contexto cultural.


Os cristãos perdem muitas oportunidades de evangelização por desconhecerem o dilema humano. Em geral, nós desprezamos tudo aquilo que diz respeito ao intelecto e à filosofia. Porém, como todo ser humano tem sua visão de mundo, todos são, em certo sentido, filósofos. Quem são os filósofos da nossa geração? Dan Brown, Paulo Coelho, Tv Globo... Porém eles são irracionais, pois partem de si mesmos.



Todo o nosso contexto é moldado pela filosofia pós-moderna. Quem nunca ouviu uma dessas frases: “Tudo é relativo”, “Não existe verdade absoluta”, “o importante é ser feliz”. O homem pós-moderno crê que não existe verdade, que todos os pontos de vista estão corretos. Ele acredita que Deus não existe ou que as religiões são todas iguais. Sem dúvida, é o período de maior ignorância que a humanidade já viveu. Por isso, desprezar a filosofia do indivíduo e da cultura é um erro que resulta na perda de oportunidades para falar do Evangelho de forma inteligível. Não é que o cristão de hoje em dia não saiba as respostas; ele desconhece o problema! Tenhamos em mente que o Cristianismo responde os problemas incontornáveis da filosofia e o dilema do ser humano. Temos que estar preparados para comunicar as boas novas tanto a racionalistas como a místicos, mostrando-lhes a verdade e coerência do Cristianismo. Mas, a comunicação tem de levar em conta o contexto cultural e ser clara. Por que falar das grandes verdades de forma que ninguém entende?



De modo geral, nós incorremos em dois erros: a) alguns dizem que a evangelização deve ser simples e que basta depender do Espírito Santo; b) outros falam que a missão da igreja é apenas semear o Evangelho, o resto é com Deus.



Para a primeira objeção podemos responder: “É preciso pregar o Evangelho de forma simples, de forma que seja simples para a pessoa que você está falando, ou ele não será simples de forma alguma”.



Com relação à missão da igreja, Lutero é preciso em dizer:



“Se eu professar com a mais alta voz e com a mais clara exposição cada pormenor da verdade de Deus, exceto precisamente aquele pequeno ponto ao qual o mundo e o demônio estão naquele momento atacando, eu não estou confessando Cristo, ainda que ousadamente eu possa estar professando a Cristo. Onde se trava a batalha, ali a lealdade do soldado é provada e estar em outro campo de batalha que não este é apenas deserção e desgraça, se ele foge do ponto”.





É necessário, portanto, discernir a natureza do pensamento moderno e os fenômenos do pluralismo e secularismo que moldam o comportamento da sociedade moderna. Devemos ser como Paulo que arrazoava (argumentava) com os judeus nas sinagogas, discutindo as Escrituras; que pregava aos gregos do Areópago apenas usando os argumentos da revelação natural de Deus, sem citar uma única palavra das Escrituras hebraicas, porque não eram conhecidas do público grego (At 17: 15-34). Ele mantinha o conteúdo do Evangelho, mas o revestia de roupagens diferentes, fazendo com que todas as pessoas entendessem as boas-novas. Como ele mesmo disse:



“Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns”. (1 cor. 9. 22)


3 PARABOLAS PARA O MUNDO POS-MODERNO:

Quem nunca ouviu a seguinte frase: “Fico feliz em saber que Jesus te faz bem. Cada um de nós deveria descobrir uma crença particular que nos faça feliz. E, desde que não tentemos forçar os outros a acreditar nela, está tudo bem”? Frases desse tipo são ditas tão freqüentemente hoje em dia que são tão familiares, rotineiras e automáticas como a pergunta “que horas são?”.



Antigamente as pessoas criam que podíamos encontra a verdade, mas achavam que nós cristãos não poderíamos ajudá-las. Hoje elas respondem que o que dizemos para elas é agressivo. A única verdade absoluta para elas é que a verdade foi substituída pela tolerância e pelo pluralismo relativista.



Em circunstâncias normais já é difícil testemunhar para amigos, mas parece mais complicado ainda em nossa sociedade, que prega o pluralismo politicamente correto. Gostaria de apresentar algumas ilustrações, algumas parábolas, que nos ajudam a fazer com que as pessoas saiam da visão do pluralismo relativista e, conseqüentemente, vejam que a verdade em religião é tão importante quanto a verdade em medicina. Com três rápidas ilustrações eu definirei o pluralismo.



Pluralismo é a idéia de que existem diversas perspectivas sobre Deus e a realidade, sendo que cada uma delas é verdadeira para a pessoa que crê, e ninguém deve contrariá-la. As três ilustrações que seguem são de grande ajuda para quem está testemunhando de Cristo, pois ajuda a termos sempre em mente que o que realmente interessa é a verdade.



A Ilustração de Robertolo é boa para aqueles que não ligam para a verdade e se importam apenas em saber se tal religião vai ajudá-lo a ser feliz. Todos sabemos o que é placebo, em medicina. É uma substância inofensiva que de fato não ajuda em nada na real cura da doença. Mas a crença do paciente de que aquilo realmente funciona traz um certo alívio mental. Infelizmente, o placebo funciona apenas para o ingênuo e desinformado. O triste é saber que o efeito placebo não se limita à medicina. Muitas pessoas têm uma espécie de placebo em relação as suas visões de mundo – crenças falsas, ingênuas e vazias que ajudam apenas porque a pessoa está vivendo em um mundo de fantasias criado pela sua própria imaginação e não porque a crença é realmente verdadeira. Para vermos como isso é triste, leiamos a pequena história de Robertolo.



Robertolo era um aluno quieto e sem esperança que estudava física em uma reconhecida universidade. Ele foi muito mal no primeiro semestre de aulas. Seu conhecimento de matemática estava no nível de um aluno de quinta série e ele não tinha a mínima condição de estar estudando física. Certo dia todos os alunos e professores decidiram pregar uma peça em Robertolo, fazendo-o pensar que ele era o melhor estudante de física daquela universidade. Quando ele fazia uma pergunta na classe, mesmo que fosse uma pergunta tola, os professores e alunos tratavam-na com fascínio, como se fosse uma questão profundamente importante. Os professores deram a ele ótimas notas em todas as matérias, quando na verdade ele merecia tirar dois ou três.



Robertolo se formou e começou a fazer pós-graduação na mesma universidade. Os professores desta instituição enviaram uma carta a todos os físicos do mundo, informando sobre a brincadeira. Robertolo recebeu seu diploma, conseguiu uma cadeira como docente, viajava regularmente para a Europa para participar de conferências e freqüentemente aparecia em revistas como a Super-Interessante e a Veja. A vida de Robertolo estava carregada de sentimentos de felicidade, respeito e orgulho. Infelizmente, ele ainda não sabia nada de física. As pessoas odiavam Robertolo e o ridicularizavam pelas costas, mas Robertolo, sem saber da verdade, estava tão feliz quanto poderia estar.



Você tem inveja de Robertolo? Você deseja essa vida para os seus filhos? É claro que não. Por quê? Por que a sua sensação de bem-estar foi construída sobre uma visão de mundo placebo, falsa e vazia. Aqueles que não se importam com o que é verdade e apenas querem saber se uma idéia religiosa funciona para eles, são iguais a Robertolo. Se eles desejam ser como Robertolo, deveríamos ter pena deles, pois não levam sua vida de forma séria.



Se a verdade realmente importa, então a Ilustração da Mãe nos ajudará a mostrar que as religiões não podem ser todas verdadeiras. Por exemplo, suponhamos que eu esteja com um pessoal e que peço a umas 3 pessoas que descrevam as características de minha mãe. Sendo que ninguém a conhece, obtenho três diferentes respostas: ela mede 1.70, 1.58 e 1.80 metros; tem cabelos loiros, ruivos e pretos; e pesa 60, 55 e 70 quilos. Então eu os advirto dizendo que, sendo que as três respostas eram opostas umas as outras, elas não poderiam ser todas verdadeiras. Por exemplo: minha mãe não pode pesar 60, 55 e 70 quilos ao mesmo tempo. Não importa o número de pessoas que acreditam que minha mãe tem cabelos loiros. A verdadeira cor dos cabelos da minha mãe independente do que os outros pensam ou dizem. Nesse sentido, a realidade é totalmente indiferente ao que acreditamos! Concluo ressaltando que as afirmações sobre Deus não podem ser todas verdadeiras. Os budistas negam que Deus exista, os hindus dizem que existem milhões de deuses, o judaísmo e o islamismo ensinam que há apenas um Deus, mas que é um grande pecado dizer que Ele é uma Trindade. O Cristianismo assevera que existe um Deus que é três pessoas. Assim como as afirmações sobre a aparência de minha mãe, as afirmações sobre Deus não podem estar todas corretas.



Se a pessoa crê que a verdade é importante (a Ilustração de Robertolo) e que o simples fato de acreditar em algo não faz com que isso seja verdadeiro (a Ilustração da Mãe), então precisamos buscar não o que queremos que seja verdade, mas o que as evidências apontam. Para esse fim, uso a Ilustração do Buffet Livre. Quando as crianças vão em um buffet elas escolhem as comidas de acordo com seus gostos (a não ser que sua mãe esteja lá). Da mesma forma, quando as pessoas criam uma idéia de Deus escolhendo aspectos das várias religiões de acordo com o que elas gostam ou não gostam, elas sempre terminam por formar uma idéia de Deus que parece exatamente com a pessoa que o estava procurando. Se a pessoa é esquerdista, Deus torna-se uma tolerante Marta Suplicy no céu. Se é conservadora, Ele parecerá um grande sargentão.



Escolher uma versão de Deus de acordo com nosso gosto é garantia de que criaremos uma falsa idéia de Deus, que simplesmente expressa nossas próprias preferências. Esse não é o caminho certo. É nesse ponto que devemos utilizar os argumentos apologéticos, baseados na evidência de um Deus pessoal que criou todas as coisas; argumentos baseados na história e nas profecias cumpridas, que atestam a veracidade histórica do Novo Testamento e que, de fato, Jesus ressuscitou. Dessa forma, as evidências para o Cristianismo não cairão em ouvidos desinteressados e, talvez, ganharão um bom ouvinte.



Obs: Certifique-se em dizer em algum momento que o Cristianismo é realmente verdadeiro. Afirmar isso é muito importante em uma cultura pluralista.



Quanto mais íntimo o relacionamento, menos efetiva será uma abordagem direta. Se você está evangelizando pessoas na rua que você não conhece, uma abordagem direta – mostrando, por exemplo, o Propósito Eterno de Deus – é a melhor escolha. Nesse caso, é interessante começar a conversa com duas perguntas: 1. Você já conhece Deus pessoalmente ou ainda está pensando sobre o que você acha do assunto? 2. Se você tiver alguns minutos, posso compartilhar com você como você pode conhecer a Deus de forma pessoal?



Se você está tentando evangelizar um amigo ou um parente que você vê freqüentemente, a melhor forma de abordagem é dar testemunho, dar exemplo com sua vida cristã e apresentar o Evangelho ou doutrinas cristãs em conversas cotidianas, de forma natural. Desse jeito, com o passar do tempo, seu amigo estará inteirado a respeito da visão de mundo que o Cristianismo apresenta.





REFERÊNCIAS UTILIZADAS



A Obra Consumada de Cristo (estudo sobre Romanos 1 a 8). Autor: Francis Schaeffer.



Christian Apologetics. Artigo do livro The Grand Miracle. Autor: C. S. Lewis.



Comunicação do Evangelho no século XXI – Desafios e oportunidades na obra de Schaeffer. Autor: Eliseu Pereira. Disponível em http://www.monergismo.com/textos/evangelismo/schaeffer-evangelizacao_eliseu.pdf



Persuasive evangelism in a pluralistic culture. Artigo de J. P. Moreland disponível em http://www.boundless.org/departments/isms/a0000817.html

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